quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

E assim começou...




           Era Agosto. Um daqueles dias em que a temperatura ambiente se confunde com a nossa própria temperatura. A natureza fazia questão de mostrar toda a sua beleza e nada fazia mais sentido senão rasgar as águas do rio, agitadas pelos barcos que passavam,  e remar. Sentia todos os meus músculos relaxarem, ao ínvés da contração esperada durante o remo. Talvez porque ali me sinto em casa, por saber tão bem ser embalado pela água como pela mãe enquanto criança.
            Olhando em frente, vejo um sorriso na cara de quem me acompanha, fazendo me desejar conseguir provocá-lo durante toda a minha vida.
             Remamos tentando ver cada canto de um rio que parecia não acabar, mas lá encontramos um dos seus fins no inicio de um novo rio. Parecia estarmos a entrar numa outra realidade. A água mais calma, a floresta a entrar pelas bermas do rio e duas pessoas boquiabertas com tamanho encanto. Remamos, remamos e mais queriamos ver, mas a hora de ir embora chegou e o incio do novo rio afinal era o seu fim. Voltámos a entrar nas águas mais agitadas e avistamos ao longe a praia fluvial de onde, antes, tinhamos saido. Quanto mais nos aproximavamos mais certeza eu tinha que haveriamos de voltar.
            Apercebemo-nos que a paz nos inundava naquele local. Como se não existisse um mundo, como se não houvesse aquela confusão ou pessoas para nos incomodar com as futilidades habituais. Casa é onde nos sentimos bem e, definitivamente, ali era uma das nossas casas, para além de sermos casa um do outro. E isso reflete-se em cada olhar, em cada afago, em cada palavra, ainda nos dias de hoje.
             Havemos de voltar um dia, talvez num dia como aquele, ou, quiçá, apenas de passagem só para recordarmos os bons momentos de dois enamorados aventureiros nas suas descobertas, tais exploradores. Havemos de ter cinquenta ou mais anos e iremos ali, recordar como as coisas começaram e festejar por terem acontecido
               Neste dia, o barco tinha dois lugares, e os nossos corações também os passaram a ter.



                                   Texto em parceria com: Sofia Alves Cardoso - RainForestOfTheLostSouls

1 comentário:

  1. E esse dia foi um daqueles que eu sabia que nunca iria esquecer e que o meu coração tinha, definitivamente, um lugar reservado para alguém muito especial. :) We have to come back there ^^

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Agradeço que não utilizem tanto as imagens como os textos sem o meu consentimento. Pois estes são da minha autoria. ;)